Confira nesta entrevista exclusiva o processo de criação de móveis modulares com conceito urbano do escritório FGMF.
Em FGMF para Tok&Stok – Olhar urbano de fora para dentro, o escritório de arquitetura paulistano FGMF empresta a sua identidade para uma linha exclusiva de móveis e acessórios de decoração. Para ela, criaram um mobiliário modular, idealizado a partir dos materiais e conceitos usados em seus projetos arquitetônicos e presentes no dia a dia do escritório. Para tal, usaram o estilo industrial dedicado à uma decoração com identidade urbana.
São peças que se unem de diferentes maneiras, capazes de criar mais de um desenho no seu espaço, como o sofá Bloco e a mesa de centro Prancha. Nos acessórios, destaque para os espelhos Girafa, para o mancebo Arranque e para as prateleiras Plot. Cada uma das peças incorporam o estilo de decoração urbano que vai bem em diferentes ambientes da casa.
A Tok&Stok conversou com dois dos três sócios do escritório, Lourenço Gimenes e Fernando Forte, e com o líder de desenvolvimento de design de produtos, Gabriel De La Cruz Mota sobre a coleção. Conheça um pouco mais sobre o processo e inspire-se com as composições da linha.
Estilo urbano em móveis modulares
Como os móveis criados para a Tok&Stok traduzem o trabalho do FGMF?
Lourenço Gimenes – Todas as peças, de alguma maneira, se espelham em uma forma de arquitetura, seja em elementos de construção ou em processos ou materiais.
Fernando Forte – A linha trabalha a modularidade, que é algo que se reflete na nossa arquitetura em vários projetos. São móveis que dão a possibilidade de você partir de uma peça e ir formando um todo. E, no caso do mobiliário, se tratando de um ambiente maior, existe a possibilidade de compor o sofá, por exemplo, podendo deixá-lo menor ou maior, o que traz mais possibilidades que uma peça única. Assim como também é possível também fazer uma mesa de centro menor ou maior.
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Processo criativo FGMF
Como vocês se dividem na hora de criar e nos processos criativos?
Gabriel De La Cruz Mota – Todos fazem um pouco de tudo, não existe uma divisão. O mancebo foi uma ideia que veio de uma exposição que a gente visitou em Portugal de obras e fundações do arquiteto Álvaro Siza. Eu desenhei um croqui e a equipe foi evoluindo. Cada um traz ideias de forma bem orgânica e a gente gosta de escutar todo mundo. Então discutimos os materiais e fazemos sempre as opções sugeridas por todos. Às vezes prototipamos dois caminhos até chegar ao que faz mais sentido.
Lourenço Gimenes – É um projeto do escritório e nossa equipe é muito horizontal. O time todo interage, o que acaba sendo sempre uma construção coletiva. E quando a gente muda um pouco de foco como, por exemplo, para o universo de desenho de produto, buscamos aprender mais com a participação de todos.
Arquitetura e mobiliário: uma conexão natural
Qual a principal diferença entre desenhar edifícios e desenhar mobiliário?
Gabriel De La Cruz Mota – No mobiliário a escala do milímetro é muito importante. Quando a gente fala de urbanismo, a escala é feita em metros, enquanto na arquitetura, é em centímetros. Então tem a questão de perceber que às vezes 10 milímetros faz uma grande diferença na construção de uma peça. Mas essa mudança de chave acontece naturalmente aqui no escritório, pois já fazemos isso há algum tempo.
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Criado em 1999 por colegas da FAU-USP, o FGMF nasceu com o propósito de produzir uma arquitetura contemporânea, sem restrições ao uso de materiais e técnicas construtivas diversas, e de investigar a relação entre arquitetura, paisagem e usuário.
Embasada na experiência profissional e acadêmica da equipe, o FGMF busca uma aproximação inovadora em todos os projetos propostos.